Family Caregiver Alliance Tempo de leitura: 23 minutos Conteúdo mostrar IntroduçãoPoderia a tristeza, a solidão ou a raiva que você sente hoje ser um sinal de alerta de depressão? É possível. Não é incomum para os cuidadores em desenvolver depressão leve ou mais grave, como resultado das constantes exigências que enfrentam na prestação de cuidados. O cuidar não causa depressão. Nem todo mundo que tem a experiência em cuidar de alguém e tem sentimentos negativos terão depressão. Mas no esforço para fornecer o melhor cuidado possível para um membro da família ou amigo, estes cuidadores muitas vezes sacrificam suas próprias necessidades físicas e emocionais. E essas experiências emocionais e físicas envolvidas com a prestação de cuidados podem deixar tensas até as pessoas mais capazes. Os sentimentos resultantes de raiva, ansiedade, tristeza, isolamento, cansaço e, em seguida, a culpa por ter esses sentimentos, podem produzir uma sensação de “grande peso sobre os seus ombros”. Todo mundo tem sentimentos negativos que vêm e vão ao longo do tempo mas quando esses sentimentos se tornam mais intensos e deixam os cuidadores totalmente esgotados, chorando com frequência ou se irritando facilmente com a pessoa amada ou qualquer outra pessoa, isto pode muito bem ser um sinal de alerta para a depressão. Preocupações sobre a depressão surgem quando a tristeza e choro não vão embora ou quando esses sentimentos negativos são implacáveis. Infelizmente, os sentimentos de depressão são muitas vezes vistos como sinais de fraqueza em vez de um sinal de que algo está desequilibrado. Comentários como “tem que sair dessa” ou “é tudo da sua cabeça” não são úteis, e refletem uma crença de que preocupações de saúde mental não são reais. Ignorar ou negar seus sentimentos não os farão desaparecer. Atenção precoce para os sintomas de depressão, exercícios físicos, uma dieta saudável, apoio de familiares e amigos, orientações e consultas com os médicos responsáveis, psicólogos ou psiquiatras podem ajudar a prevenir o desenvolvimento de uma depressão mais grave ao longo do tempo. Os sintomas da depressãoAs pessoas experimentam a depressão de formas diferentes. Alguns podem sentir uma baixo nível de tristeza durante meses, enquanto outros sofrem variações súbitas e intensas em suas emoções. O tipo e graduação dos sintomas variam de acordo com indivíduo e podem mudar ao longo do tempo. Você já experimentou qualquer um dos seguintes sintomas por mais de duas semanas? Estes são os sintomas mais comuns de depressão:
Preocupações especiais com os cuidadoresO que a falta de sono, a demência e se você é homem ou mulher têm em comum? Cada um pode contribuir à sua maneira no aumento do risco do cuidador para a depressão. Demência e cuidados Os pesquisadores descobriram que uma pessoa que presta cuidados para alguém com demência é duas vezes mais propensa a sofrer de depressão do que uma pessoa que presta cuidados para alguém sem demência. Quanto mais grave o caso de demência, como a causada pela doença de Alzheimer, o mais provável é que o cuidador sofra de depressão. É fundamental que os cuidadores, especialmente nestas situações, recebam apoio consistente e confiável ao longo do tempo.
As pessoas acreditam que quando se cessam os cuidados, o estresse da prontidão em prestar os cuidados vai embora. No entanto, os pesquisadores descobriram que mesmo três anos após a morte de um cônjuge com demência, alguns ex-cuidadores continuaram a sofrer de depressão e solidão. Em um esforço para voltar a sua vida ao normal, ex-cuidadores podem precisar de ajuda para a depressão, também. O que fazer se você pensa que tem depressãoDepressão merece ser tratado com a mesma atenção proporcionada para qualquer outra doença, tal como a diabetes ou a hipertensão. Se você se sentir desconfortável usando o termo depressão, diga o profissional que você está “sentindo muito triste e cansado” ou “se sentindo por baixo.” O profissional vai entender a mensagem. O importante é procurar ajuda. Aqueles com doenças crônicas também podem sofrer de depressão. Se você suspeita que este seja o caso com a pessoa sob cuidados, procure uma oportunidade para partilhar a sua preocupação com ela. Se elas estão relutantes em falar sobre isso com você, incentive um amigo de confiança para falar com elas ou considere deixar uma mensagem para o seu médico sobre a sua preocupação antes da sua próxima consulta. Como a depressão é tratada?O primeiro passo para obter o melhor tratamento para a depressão é se encontrar com um profissional de saúde mental, como um psiquiatra ou psicólogo. Ao mesmo tempo, agende um exame físico com o seu médico. Certos medicamentos, bem como algumas condições médicas, como infecções virais, podem causar os mesmos sintomas da depressão e pode ser avaliado pelo seu médico durante um exame. O exame deve incluir testes de laboratório e uma entrevista para testar o estado mental que determina se os padrões de fala, memória ou pensamento foram afetados. Embora não seja incomum para um médico prescrever uma medicação antidepressiva, ela sozinha pode não ser o tratamento mais eficaz para a depressão. A orientação de um profissional de saúde mental em todo o seu tratamento é fortemente recomendado. O terapeuta ou conselheiro irá ouvir as suas preocupações, avaliando você para os sintomas de depressão e estabelecendo um tratamento apropriado. Uma maneira de encontrar um profissional é pedir a um amigo para indicar o nome de alguém que conhece e confia. Você também pode encontrar alguém, pedindo uma indicação ao seu guia espiritual, ao seu médico ou, se você possui uma plano de saúde, pode verificar a lista de médicos conveniados. É importante acreditar e se sentir confortável com o profissional que você escolhe. Não é incomum solicitar uma consulta inicial para ajudar a determinar se é o profissional correto para suas necessidades e estilo particulares. É conveniente esclarecer qual será o custo, se o seu plano de saúde irá pagar e quantas sessões programadas que você deve esperar para ter com o terapeuta de saúde mental. Qualquer tratamento deve ser avaliado regularmente para garantir que ele continue a contribuir para a melhoria da sua saúde e de seu desenvolvimento. Perguntas em um exame de saúde mental para depressão
Opções de tratamentoApós a avaliação física e mental, um programa de tratamento será recomendado. A psicoterapia e medicação antidepressiva são usadas sozinhas ou em combinação. O tratamento mais comum para os sintomas depressivos que progrediram além do estágio leve é a medicação antidepressiva, que proporciona alívio dos sintomas relativamente rápido, em conjunto com a psicoterapia, que oferece novas estratégias para uma vida mais satisfatória. A seguir estão os tratamentos mais comuns usados hoje: PsicoterapiaTerapia Cognitiva e Comportamental – O terapeuta irá se concentrar em identificar e mudar de maneira persistente os pensamentos e comportamentos autodestrutivos. O objetivo final é ajudar os cuidadores a reconhecer e desfrutar de eventos positivos em suas vidas e aprender habilidades práticas para lidar com os problemas que estão enfrentando. Terapia Interpessoal – O terapeuta ajuda o cuidador a autoavaliar problemas em sua comunicação ou falta dela comunicação com outras pessoas. O cuidador virá a compreender melhor o seu próprio estilo de comunicação e aprender em como melhorar as relações com os outros. Terapia Psicodinâmica – Embora por vezes usadas para tratar a depressão, esta terapia é pensado para ser menos eficaz do que os outros dois tratamentos já mencionados. Seu objetivo é vir à tona sentimentos conflitantes profundamente arraigadas e melhor compreendê-los. MedicamentosInibidores Seletivos da Receptação de Serotonina (ISRS’s) – (Prozac, Zoloft, Paxil etc). Medicamentos que atuam na estabilização dos níveis de serotonina, um neurotransmissor. Os baixos níveis de serotonina têm sido associados à depressão. Tem menores efeitos colaterais do que medicamentos tricíclicos. Tricíclicos – (Norpramin, Pamelor, Sinequan etc) Os Tricíclicos aumentam os níveis de neurotransmissores no cérebro. Pode causar mais efeitos colaterais. Inibidores da Monoamina Oxidase (IMAO) – (Nardil, Parnate etc) São as drogas que aumentam o nível de neurotransmissores no cérebro. Eles são mais frequentemente utilizados quando outros medicamentos não são eficazes ou tolerados. Se a terapia medicamentosa é recomendada, haverá uma certa quantidade de tentativas e erros necessários para encontrar o tipo certo e a dosagem da medicação para cada indivíduo e pode levar várias semanas antes que os efeitos sejam sentidos. Uma boa comunicação entre paciente e médico é importante. Os adultos mais velhos devem ter um cuidado especial para observar os efeitos colaterais dos medicamentos causados a partir de uma dose muito alta ou interações com outros medicamentos. Terapias complementares e alternativasErva-de-são-joão. Um dos tratamentos alternativos mais estudados para sintomas depressivos é a erva-de-são-joão (Hypericum perforatum). É uma erva amplamente utilizado no tratamento da depressão leve a moderada na Europa e está em processo de estudos nos Estados Unidos. É promovido como uma forma “natural” para melhorar o humor e como um tratamento para depressão leve a moderada. Os pesquisadores estão estudando-o para a possibilidade de ter menor e menos graves efeitos colaterais do que as drogas antidepressivas. Se estiver tomando a erva-de-são-joão ou considerando seu uso, converse com seu médico para garantir que não irá interferir com qualquer outro tratamento que está recebendo. Transtorno Afetivo Sazonal (TAS). Cuidadores que se sentem deprimidos quando confinado dentro de casa ou em resposta a dias cinzentos de inverno podem sofrer de TAS, também conhecido como “depressão de inverno.” A medida que as estações mudam, há uma mudança em nossos relógios biológicos internos ou ritmos circadianos, em parte em resposta às mudanças nos padrões de luz solar. Isso pode fazer com que nossos relógios biológicos estajam fora de sincronia com nossas programações diárias. Pessoas com TAS têm dificuldade em adaptar-se à falta de luz solar nos meses de inverno. Os sintomas são mais pronunciados em julho e agosto, quando os dias são mais curtos. Muitas vezes o TAS é erroneamente diagnosticado como hipotireoidismo, hipoglicemia, mononucleose infecciosa e outras infecções virais. A Fototerapia, usando luzes fluorescentes especialmente concebidas, tem demonstrado que há reversão dos sintomas depressivos do TAS. Especialistas acreditam que a terapia de luz funciona alterando os níveis de certas substâncias químicas do cérebro, especificamente a melatonina. Medicação antidepressiva junto com outros tratamentos, incluindo o exercício, pode ser útil também. Se sentir sintomas depressivos leves sazonalmente, experimente aumentar a intensidade de luz em seu entorno, utilizando lâmpadas ou outras fontes. Se os sintomas são fortes o suficiente para prejudicar o seu dia-a-dia, procure um profissional de saúde mental, com experiência no tratamento da TAS. Exercícios físicos. Os exercícios físicos são recomendados para reduzir os efeitos da depressão. Andar três vezes por semana durante 30 a 45 minutos, tem sido associado na redução ou alívio dos sintomas da depressão. Desconhece-se se a atividade física impede o aparecimento da depressão ou apenas ajuda a modificar os efeitos. Conseguir um tempo para fazer exercícios físicos é por vezes difícil para os cuidadores. Ele é visto muitas vezes como uma atividade secundária, de algo para se fazer somente quando todo o resto já foi feito. Você deve considerar em adicionar os exercícios em sua lista de tarefas, pedir a um amigo para num dia da semana caminharem juntos ou solicitar que seu médico prescreva uma receita para caminhar ou aderir a academia de ginástica. Todas as pesquisas mostram que, para uma vida mais saudável, é de bom senso ter um tempo para os exercícios físicos. Estratégias para ajudar a si mesmoOs transtornos depressivos podem fazer alguém se sentir exausto, impotente e sem esperança. Tais pensamentos e sentimentos negativos fazem algumas pessoas sentirem vontade de desistir. É importante perceber que estes pontos de vista negativos são parte da depressão e podem não refletir com precisão a situação. O Instituto Nacional de Saúde Mental oferece as seguintes recomendações para lidar com a depressão:
Assistência de cuidadores profissionais, o respeito aos seus períodos de repouso, bem como feedback positivo de outros, conversas interiores positivas, e atividades recreativas estão ligadas a menores níveis de depressão. Procure por grupos de apoio disponíveis para ajudá-lo a aprender ou conhecer práticas eficazes para a resolução de problemas e estratégias de enfrentamento necessários para a prestação dos cuidados. Para a sua própria saúde e daqueles que o cercam, reserve e use um tempo para cuidar de si mesmo. Redigido por Family Caregiver Alliance in cooperation with California’s Caregiver Resource Centers. Revisão: Steven H. Zarit, Ph.D. Professor of Human Development and Assistant Director, Gerontology Center, Pennsylvania State University. Funded by the California Department of Mental Health and the Archstone Foundation. © 2002, 2008 Family Caregiver Alliance. Family Caregiver Alliance (www.caregiver.org) |
Este artigo não substitui em nenhuma hipótese a ORIENTAÇÃO MÉDICA.
Traduzido e adaptado por ANYA.