Desafios do Cuidador Familiar

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Cuidador informal ou familiar

Cuidador informal ou familiar é a pessoa que possui vínculos de parentesco e que assume a responsabilidade de cuidar, dar suporte ou dar assistência à pessoa cuidada, visando oferecer-lhe uma melhor qualidade de vida.O cuidador familiar assume este papel por três motivos: por vontade própria, por instinto ou compulsoriamente:

  • Por vontade própria: A pessoa é motivada pela satisfação de seus sentimentos através da relação com o outro.
  • Por instinto: A pessoa o faz impulsivamente, visando atender a necessidade de sobrevivência da pessoa a ser cuidada.
  • Compulsoriamente: quando não há outra pessoa para atuar nos cuidados.

Evolução da doença e a qualidade de vida dos cuidadores

Quando se percebe que os cuidados à pessoa necessitada serão permanentes e por longo período, as famílias deveriam se orientar e se preparar para a nova realidade, pois com a evolução da doença ou das incapacidades, ocorrerão impactos na dinâmica e demandas familiares, nas mudanças de ordem financeira e nas condições físicas, emocionais e mentais dos cuidadores familiares.Primariamente, sabe-se que a qualidade de vida dos cuidadores familiares está diretamente relacionada com a qualidade de vida da pessoa sob cuidados.Porém, quando há sobrecarga de atividades do cuidador familiar, não é incomum relatos que eles apresentaram estresse físico, emocional ou mental, a ocorrência da diminuição ou exclusão do convívio social, que se sentiram incapazes de atender satisfatoriamente a demanda de filhos e cônjuge, que tiveram dificuldades em manter-se no emprego ou foi necessário renunciá-lo, que tiveram que abandonar suas atividades pessoais e de lazer, que tiveram dificuldades de ordem financeira, que sofreram com a indiferença ou falta de suporte de outros parentes.Outra situação comum é a falta de preparo para a reorganização da vida pessoal e familiar, quando a pessoa sob cuidados vier a falecer. Quais serão as novas opções de atividades ou trabalhos em que o “ex-cuidador familiar” possa se sentir útil?

Mantendo a qualidade de vida do cuidador familiar

O cuidador familiar deverá ter em mente que, mesmo exercendo as atividades de cuidar com amor, carinho e dedicação, esta função implica em riscos à sua pessoa e sua família.Segue-se algumas sugestões para que o cuidador procure se prevenir contra problemas físicos, evitar o estresse mental e a desordenação familiar:

  • Conversar com todos os familiares envolvidos, para que todos possam entender as mudanças na rotina familiar, além da definição e reordenação das funções e obrigações de cada envolvido, tanto na rotina da pessoa sob cuidados como na rotina familiar.
  • Participar de curso de capacitação para cuidadores. Atualizar-se com a leitura de bons artigos e cartilhas sobre cuidados, que estão disponíveis pela internet. É sabido que a capacitação e conhecimento facilitarão na execução das tarefas e atividades diárias e diminuirão os riscos e estresse, tanto para a pessoa sob cuidados como para o cuidador.
  • Informar-se sobre associações, entidades ou grupos que possam auxiliar no conhecimento e procedimentos de cuidados específicos aos portadores de síndromes e doenças específicas.
  • Adquirir equipamentos e utensílios, como cadeira de rodas, andador, bengala, assento sanitário elevado, cadeira de banho, barras de suporte, tapetes antiderrapantes etc. Facilitará as tarefas e as atividades, tanto para a pessoa sob cuidados como para o cuidador.
  • Organizar em uma agenda os horários das atividades, dos medicamentos, das visitas aos médicos, dos dias e horários dos fisioterapeutas, de outros eventos e cursos que eventualmente a pessoas sob cuidados esteja fazendo etc. Outras pessoas poderão repetir as atividades na ausência do cuidador.
  • Programar com antecedência os dias de atividades pessoais, familiares e de lazer para que outra pessoa a possa substituir. Deve-se evitar o cancelamento ou a desistência desses dias de descanso, para o seu próprio bem estar.
  • Consultar médicos e outros profissionais regularmente para monitorar as condições físicas e de estresse mental e emocional. Afinal, um doente não pode cuidar de outro doente.
  • Considerar a possibilidade da contratação de cuidadores formais para dar auxílio e assistência em período integral, parcial ou eventual. É um serviço que beneficiará tanto a pessoa sob cuidados, quanto ao cuidador e aos familiares.
  • Planejar e se preparar para retornar às suas atividades ou trabalho anteriores, mesmo que isto implique em se ausentar por um período para fazer cursos ou reciclagem. A vida de um cuidador familiar não termina com o falecimento do ente querido. Somente a relação íntima entre o cuidador e a pessoa sob cuidados é que se encerra.

Este artigo não substitui em nenhuma hipótese a ORIENTAÇÃO ESPECIALIZADA.

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